sexta-feira, 30 de maio de 2008

Introdução à anarquia

Anarquismo é uma palavra que deriva da raiz grega αναρχία — an (não, sem) e archê (governador) — e que designa um termo amplo que abrange desde teorias políticas a movimentos sociais que advogam a abolição do capitalismo e do Estado enquanto autoridade imposta e detentora do monopólio do uso da força. Exemplificando, Anarquismo é a teoria libertária baseada na ausência do Estado. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita [1], defendendo tipos de organizações horizontais e libertárias.
Para os anarquistas, Anarquia significa ausência de coerção, e não ausência de ordem. Uma das visões do senso comum sobre o tema é na verdade o que se denomina por "anomia", ou seja, ausência de leis. Existe em torno desta questão um debate acerca da necessidade ou não de uma moral anarquista, ou se a natureza humana bastaria por si só na manutenção pacífica das relações.
As diferentes vertentes do anarquismo têm compreensões diferentes quanto aos meios para a abolição dos governos e quanto à forma de organização social que disso resultaria.
Fonte: wikipédia

Os Biocombustíveis e seus Desafios

Por Maurício Thuswohl

Nos dias atuais, a discussão sobre o aumento mundial do preço dos alimentos, a crise global da agricultura e a pressão exercida pela expansão da produção de biocombustíveis no meio rural mobiliza corações e mentes em todo o planeta. Se, por um lado, crescem as críticas aos biocombustíveis (a ponto de o relator especial sobre a fome da ONU, o suíço Jean Ziegler, pedir uma moratória imediata de sua produção), por outro pouco ainda se sabe sobre os verdadeiros impactos sociais e ambientais que eles já estão trazendo.Outra discussão urgente trata do aquecimento global e da necessidade imperiosa de vencermos seus efeitos, sob pena de extinção de inúmeras formas de vida. Aí, mais uma vez, os biocombustíveis são personagens centrais, pois se colocam como alternativa à queima de combustíveis fósseis e ao aquecimento da atmosfera. No Brasil, país que pretende se tornar o maior produtor e fornecedor mundial de biocombustíveis, o governo garante que a produção de agroenergia e a produção de alimentos podem caminhar lado a lado, sem ameaçar o meio ambiente ou a soberania alimentar dos brasileiros. Essa discussão, no entanto, promete se aprofundar em todo o mundo.Os biocombustíveis não são exatamente uma novidade. Países como o Brasil e os Estados Unidos, por exemplo, têm uma experiência de produção de etanol em larga escala (seja produzido a partir da cana-de-açúcar ou do milho) que remonta às décadas de setenta e oitenta do século passado. Até mesmo os primeiros testes para a produção de biodiesel, obtido a partir de plantas oleaginosas, aconteceram no final do século XIX, logo depois da invenção do motor com ignição por compressão pelo alemão Rudolf Diesel.Apesar desse conhecimento tecnológico, os biocombustíveis foram relegados a um segundo plano, pois os países mais industrializados preferiram basear suas matrizes energéticas no petróleo e seus derivados. Com a exceção do Brasil, que teve o programa Pró-Álcool desenvolvido pelo governo federal nos anos setenta, nenhuma outra experiência de real substituição da gasolina por uma outra matriz não-fóssil foi levada adiante nas últimas décadas.O biodiesel, por sua vez, permaneceu esquecido pela indústria e pelos governos até que, nos anos oitenta, uma primeira patente de óleo combustível desenvolvido a partir de plantas foi atribuída ao professor e pesquisador Expedito Parente, da Universidade Federal do Ceará. As possibilidades trazidas pelo biodiesel tinham um potencial revolucionário intrínseco, mas, ainda assim, questões políticas e econômicas impediram que as pesquisas sobre o novo combustível fossem levadas adiante.Essa realidade começou a mudar no final dos anos noventa, quando governos e sociedades passaram a adquirir maior conhecimento sobre o desastroso processo de aquecimento da atmosfera do planeta, fenômeno que vem sendo agravado pela ação do homem. Entre as inúmeras causas do chamado aquecimento global, a queima de combustíveis fósseis apareceu como a principal vilã e maior responsável pelo acúmulo nocivo de gás carbônico na atmosfera. A expressão “efeito estufa” se tornou familiar para cada um de nós.A urgência planetária na busca por soluções energéticas alternativas ao petróleo e seus derivados fez com que no Brasil, onde o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar já ocupa lugar no mercado interno há mais de 30 anos, tivesse início a discussão sobre a necessidade de expandir essa produção de modo a atender parte da crescente demanda mundial. Além do etanol, o país voltou-se novamente à produção de biodiesel. Esta última, além de apresentar características sociais e ambientais menos nocivas que o álcool vindo da cana, permitiria ao Brasil utilizar na produção do óleo uma série de matérias-primas adaptáveis a todas as regiões do país.A primeira iniciativa para alavancar a produção de biodiesel no Brasil aconteceu em 2002, com o lançamento do Programa Brasileiro de Biocombustíveis, também chamado de Probiodiesel, coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia do governo de Fernando Henrique Cardoso. Com a chegada, no ano seguinte, de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, o governo determinou algumas transformações no programa, de modo a torná-lo um instrumento que, além de provocar o aumento da produção de biocombustíveis, garantisse a inclusão social da agricultura familiar brasileira na nova e promissora cadeia produtiva que se constituía.Em dezembro de 2004, foi lançado oficialmente o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), que é hoje uma das principais iniciativas do governo federal para promover essa inclusão social no Brasil. No ano seguinte, o Congresso Nacional aprovou uma lei estabelecendo percentuais mínimos obrigatórios de mistura de biodiesel ao diesel convencional. De acordo com essa lei, desde janeiro de 2008 a mistura de 2% de biodiesel ao óleo convencional, nomeada B2, é obrigatória em todo o país, o que representou a criação de um mercado estimado em cerca de 840 milhões de litros de biodiesel por ano. A previsão inicial do governo era que em 2013 o percentual de mistura chegasse a 5% (B5), mas o avanço da nova cadeia produtiva fez com que essa meta fosse antecipada para 2010.Sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, criado no governo Lula, o PNPB adotou algumas políticas de incentivo à inserção do agricultor familiar na cadeia produtiva do biodiesel. A principal delas foi a criação do Selo Combustível Social, mecanismo que estimula as empresas produtoras a comprarem parte da matéria-prima diretamente dos agricultores familiares em troca do direito à redução de impostos como o PIS/Pasep e o Cofins. Essas compras acontecem por meio de leilões, onde os agricultores devem obrigatoriamente se fazer representar por suas associações, sindicatos e federações. Esse sistema, além de garantir a inserção do agricultor familiar na cadeia produtiva, estimula o cooperativismo no meio rural, que é um outro objetivo do governo.Graças ao PNPB, o governo realizou em todo o Brasil um zoneamento agrícola para definir qual tipo de cultura de oleaginosa se adapta a cada região. Após esse mapeamento, já foram criados 32 pólos de produção de biodiesel (número relativo ao fim de 2007) no país. Entre as principais espécies consideradas aptas a integrar a cadeia de produção estão o dendê, a mamona, o girassol, a canola, o algodão e o amendoim, além da soja, que é hoje a principal oleaginosa cultivada no Brasil para atender à demanda do programa de biodiesel.Com o intuito de analisar em que pé se encontra a aplicação do PNPB e quais suas relações com o aquecimento global, com a segurança alimentar e com a agricultura familiar brasileira, a Carta Maior, com o apoio da Petrobras, realizou uma série de debates sobre esses temas de Norte a Sul do Brasil, além de visitar áreas de produção de oleaginosas em diversas regiões. Durante os debates, sempre transmitidos pela TV Carta Maior, foram ouvidas as opiniões dos diversos atores envolvidos com o programa, como agricultores familiares, representantes do governo federal e de governos estaduais, dirigentes da Petrobras e do BNDES, pesquisadores, professores universitários, agrônomos e representantes dos movimentos sociais.

Liberalização comercial

Como fabricar uma crise global
Como foi que os mexicanos, que vivem na terra onde o milho foi domesticado, chegaram a depender do grão produzido nos EUA? Como foi que as Filipinas, que exportavam arroz, passaram a ser o maior importador mundial deste produto? Como no México, os agricultores filipinos perderam o apoio do Estado e descobriram os "encantos" da liberalização comercial. A análise é de Walden Bello.
Walden Bello - La Jornada
Quando centenas de milhares de pessoas se manifestaram no México, no ano passado, contra o aumento no preço da tortilla, muitos analistas culparam os biocombustíveis. Devido aos subsídios do governo norte-americano, os agricultores desse país estavam destinando mais hectares ao milho para etanol do que para alimentos, fazendo com que os preços disparassem. Esse desvio do uso do milho foi, sem dúvida, uma das causas do aumento dos preços, embora provavelmente a especulação dos atravessadores, com a demanda por biocombustíveis, teve uma influência maior. Contudo, muitos deixaram passar uma pergunta interessante: como foi que os mexicanos, que vivem na terra onde o milho foi domesticado, chegaram a depender do grão norte-americano?A erosão da agricultura mexicanaNão é possível entender a crise alimentar mexicana sem considerar que nos anos anteriores à "crise da tortilla" a pátria do milho foi transformada em uma economia importadora desse grão pelas políticas de “livre mercado” promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo Banco Mundial (BM) e por Washington. O processo começou com a crise da dívida, no início da década de 1980. O México, um dos maiores devedores do mundo em vias de desenvolvimento, foi obrigado a implorar dinheiro do BM e do FMI para pagar o serviço de sua dívida com bancos comerciais internacionais. O preço do resgate foi aquilo que um membro do conselho executivo do BM descreveu como um “intervencionismo sem precedentes”, projetado para eliminar tarifas, regulamentações estatais e instituições governamentais de apoio, que a doutrina neoliberal identificava como barreiras para a eficiência econômica.O pagamento de juros aumentou de 19% do gasto federal total, em 1982, para 57%, em 1988, enquanto o gasto de capital desmoronou, caindo de 19,3% para 4,4%. A redução do gasto governamental significou acabar com o crédito estatal, com os insumos agrícolas subsidiados pelo governo, com os apoios aos preços, com os conselhos estatais de comercialização e com os serviços de extensão.Este golpe contra a agricultura camponesa foi seguido por outro ainda maior, em 1994, quando entrou em vigor o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN). Apesar de que esse tratado considerava uma prorrogação de 15 anos para a proteção de produtos agrícolas, entre eles o milho, em pouco tempo começou chegar milho norte-americano altamente subsidiado, fazendo com que os preços caíssem pela metade e afundando o setor do milho em uma crise crônica. Em grande parte por causa desse acordo, o México acabou consolidando-se como importador de alimentos.Com o fechamento da entidade governamental encarregada da comercialização de milho, a distribuição das importações desse grão vindas dos Estados Unidos, assim como a do milho nacional, foi monopolizada por umas poucas empresas transnacionais de comércio, como a Cargill. Isso deu-lhes um tal poder para especular com as tendências do mercado que podem manipular e magnificar, muitas vezes, os movimentos da demanda por biocombustíveis. Ao mesmo tempo, o controle monopólico do comércio doméstico garantiu que um aumento nos preços internacionais do milho não se traduza em preços significativamente mais altos para os pequenos produtores.Cada vez é mais difícil para os produtores mexicanos de milho furtar-se do destino de muitos outros pequenos produtores em setores como arroz, carne de gado, frango e suíno, os quais faliram devido às vantagens concedidas pelo TLCAN aos produtos subsidiados norte-americanos. Segundo um relatório do Fundo Carnegie, de 2003, as importações agrícolas dos EUA deixaram sem trabalho 1,3 milhão de camponeses, muitos dos quais migraram para o país do norte.As perspectivas não são boas, porque o governo mexicano continua nas mãos de neoliberais que desmantelam sistematicamente o sistema de apoio ao campo.Fabricação da crise do arroz nas FilipinasQue a crise global de alimentos tem sua origem na restruturação da agricultura feita pelo livre mercado fica ainda mais claro no caso do arroz. Diferentemente do milho, menos de 10% da produção mundial de arroz é comercializada. Além disso, no caso do arroz não houve desvio do consumo para os biocombustíveis. Contudo, apenas neste ano os preços já triplicaram, passando de 380 dólares por tonelada, em janeiro, para mais de mil dólares, em abril. Não há dúvida de que uma boa parte dessa inflação é conseqüência da especulação dos cartéis atacadistas em uma época em que a oferta é escassa. Contudo, o maior mistério é saber por que vários países consumidores de arroz que antes eram auto-suficientes tornaram-se severamente dependentes das importações.As Filipinas constituem um triste exemplo de como a restruturação econômica neoliberal transforma um país exportador em importador de alimentos. Esse país é o maior importador mundial de arroz. O esforço de Manila para garantir o abastecimento a qualquer preço tem se tornado manchete de capa e as fotografias de soldados que dão proteção à distribuição desse cereal nas comunidades pobres passaram a ser emblemáticas da crise global.Os aspectos gerais da história das Filipinas são semelhantes aos do México. O ditador Ferdinando Marcos foi culpado de muitos crimes e de erros de gestão, entre os quais não ter promovido a reforma agrária, mas não pode ser acusado de privar o setor agrícola de verbas governamentais. Para amenizar o descontentamento dos camponeses, o regime entregou fertilizantes e sementes subsidiados, promoveu mecanismos de crédito e construiu infra-estrutura rural. Durante os 14 anos da sua ditadura, em apenas um, 1973, foi necessário importar arroz, devido aos extensos prejuízos causados por furacões. Quando Marcos fugiu do país, em 1986, havia 900 mil toneladas métricas de arroz estocadas nos armazéns do governo.Paradoxalmente, os anos seguintes, com um governo democrático, viram encolher a capacidade de investimento governamental. O BM e o FMI, atuando em representação de credores internacionais, pressionaram o governo de Corazón Aquino para que desse prioridade ao pagamento da dívida externa, que chegava a 26 bilhões de dólares. Aquino concordou, apesar de ter sido advertida pelos economistas de seu país de que seria “inútil procurar por um plano de recuperação que seja consistente com o pagamento da dívida estabelecido pelos nossos credores”.Entre 1986 e 1993, entre 8 e 10% do PIB saiu das Filipinas cada ano para pagar o serviço da dívida. A proporção dos gastos governamentais com o pagamento de juros, aumentou de 7%, em 1980, para 28%, em 1994; os gastos de capital caíram de 26% para 16%. Em resumo, o serviço da dívida tornou-se prioridade do orçamento nacional.O gasto com agricultura caiu para menos da metade. O BM e seus acólitos locais não estavam preocupados, porque um dos propósitos de estar apertando o cinto era deixar que o setor privado fizesse investimentos no campo. Mas a capacidade agrícola ruiu rapidamente, o regadio cessou e por volta do fim da década de 1990 apenas 19% da rede viária do país estava pavimentada, contra 82% na Tailândia e 75% na Malásia. As colheitas eram, em geral, anêmicas; o rendimento médio do arroz era de 2,8 toneladas por hectare, muito abaixo do conseguido na China, Vietnã e Tailândia, onde os governos promoviam ativamente a produção rural. A reforma agrária definhou na era posterior a Marcos, privada de recursos para serviços de apoio, que tinham sido a chave para as bem-sucedidas reformas de Taiwan e da Coréia do Sul.Como no México, os camponeses filipinos enfrentaram a retirada em grande escala do Estado como fonte de apoio. E o corte em programas agrícolas foi seguido pela liberalização comercial; a entrada das Filipinas na Organização Mundial do Comércio (OMC) teve o mesmo efeito que o TLCAN para o México. Ser membro da OMC requeria eliminar quotas de importações agrícolas, exceto para o arroz, e permitir que uma certa quantidade de cada produto entrasse com taxas reduzidas. Apesar de que foi permitido ao país manter uma quota nas importações de arroz, teve que admitir uma quantidade equivalente a entre um e 4% do consumo doméstico nos 10 anos seguintes. De fato, como conseqüência da queda na produção derivada da falta de apoio oficial, o governo importou muito mais do que isso para compensar uma possível escassez. Essas importações, que aumentaram de 263 mil toneladas, em 1995 para 2,1 milhões em 1998, fizeram cair o preço do cereal, desalentando os produtores, e manteve a produção em um nível muito inferior ao dos principais provedores do país, Tailândia e Vietnã.As conseqüências da entrada das Filipinas na OMC varreram o resto da agricultura como um furacão. Diante da invasão de importações baratas de milho, os camponeses reduziram a terra dedicada a essa cultura de 3,1 milhões de hectares, em 1993, para 2,5 milhões no ano 2000. A importação massiva de cortes de frango praticamente acabou com essa indústria e foi também o aumento de importações que afetou a produção de aves, suínos e vegetais.Os economistas do governo prometeram que as perdas em milho e outras culturas tradicionais seriam mais do que compensadas pela nova indústria exportadora de cultivos “de alto valor agregado”, como flores, aspargos e brócolis. Pouco de tudo isso aconteceu. O emprego agrícola caiu de 11,2 milhões, em 1994, para 10,8 milhões, em 2001.O duplo golpe do ajuste imposto pelo FMI e a liberalização comercial imposta pela OMC fez com que uma economia agrícola em grande medida auto-suficiente passasse a ser dependente das importações e marginalizou constantemente os agricultores. Tratou-se de um processo cujo sofrimento foi descrito por um negociador do governo filipino durante uma sessão da OMC em Genebra: “Nossos pequenos produtores agrícolas são massacrados pela brutal injustiça do entorno do comércio internacional”.A grande transformaçãoA experiência do México e das Filipinas repetiu-se em um país após outro, todos sujeitos aos manejos do FMI e da OMC. Um estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em 14 países descobriu que os níveis de importações agrícolas em 1995-98 excederam os de 1990-94. Não foi surpresa, visto que um dos principais objetivos do acordo agrícola da OMC era abrir mercados em países em vias de desenvolvimento, para que eles absorvessem a produção excedente do norte.Os apóstolos do livre mercado e os defensores do dumping parecem estar em extremos opostos do espectro, mas as políticas que defendem produzem o mesmo resultado: uma agricultura capitalista industrial globalizada. Os países em desenvolvimento entram em um sistema em que a produção de carne e grãos para exportação está dominada por grandes fazendas industrializadas, como as administradas pela transnacional tailandesa CP, nas quais a tecnologia é melhorada continuamente por avanços em engenharia genética de companhias como a Monsanto. E a eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias facilita que surja um supermercado agrícola global de consumidores de elite e de classe média, atendidos por corporações de comércio de grãos, como Cargill e Archer Daniels Midland, e por varejistas transnacionais de alimentos, como a britânica Tesco e a francesa Carrefour.Não se trata somente da perda progressiva da auto-suficiência alimentar nacional ou da segurança alimentar, mas daquilo que a africanista Deborah Bryceson, de Oxford, denomina “descamponesização”, ou seja, da supressão de um modo de produção para fazer do campo um lugar mais apropriado para a acumulação intensiva de capital. Esta transformação é traumática para centenas de milhões de pessoas, porque a produção camponesa não é somente uma atividade econômica: é um modo de vida milenar, uma cultura, o que é uma das razões de que na Índia os camponeses deslocados ou marginalizados tenham optado pelo suicídio. Calcula-se que uns 15 mil camponeses indianos acabaram com suas vidas. A queda de preços, resultado da liberalização comercial, e a perda do controle sobre as sementes, agora em mãos das empresas de biotecnologia, fazem parte de um problema integral, assinala Vandana Shiva, ativista pela justiça global: “Na globalização, o camponês ou camponesa perde sua identidade social, cultural e econômica de produtor. Agora, um camponês é ‘consumidor’ das sementes e químicos caros vendidos pelas poderosas corporações transnacionais através de poderosos latifundiários e agiotas locais”.*
Versão reduzida do artigo que será publicado na edição do The Nation (Nova York) no dia 2 de junho.
Reproduzido com autorização do autor.** Walden Bello é analista e ex-diretor executivo do instituto de pesquisa e ativismo Enfoque no Sul Global, com sede em Bangkok.
Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores
Fotos: Arquivo

OCUPARTE

A quase um mês o prédio da antiga biblioteca municipal em frente ao colégio Dorgival Pinheiro de Sousa foi ocupado por entidades populares ligadas a vários setores como cultura, gênero, negros, entre outros. Após seis anos de abandono total hoje o espaço abriga o projeto Ocuparte - Ocupando com arte - infelizmente a prefeitura entrou na justiça pela reintegração de posse.
Na luta para garantir o espaço para os movimentos populares, o prédio permanece diariamente ocupado com atividades como oficinas de artesanato, curso de violão, dentre outras.
Como integrante da comissão do Ocuparte conclamo a população de Imperatriz a repudiar a ação judicial da prefeitura, e a apoiar as entidades que hoje ocupam aquele espaço, para que ele não volte a se tornar um espaço para depósito de lixo, mato e fezes como vinha acontecendo.
Todo apoio aos movimentos sociais.
Viva a luta do povo!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Campanha do Voto Nulo

Mais um ano de eleições, as mesmas promessas, as velhas e algumas novas caras. Porém, mudança de verdade nem pensar.
Esta mais que comprovado que eleições não mudam a vida e o mundo, somente a ação direta do povo pode mudar, por isso, conclamo todos ao VOTO NULO!
Pra mudar temos que lutar.
Dia 07 de junho na Praça da Cultura em Imperatriz/MA, é o lançamento da campanha do Voto Nulo, ocorrerão shows de rock. Começa a partir das 18 horas, esteja lá e contribua com a luta contra o Estado burguês injusto e nefasto.

VOTE NULO! NÃO ALIMENTE PARASITOS!

Protesta

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MST

MST

Punks

Punks

Síntese

Síntese

Ezln Sub-comandante Marcos

Ezln Sub-comandante Marcos

Exército Zapatista de Libertação Nacional

Exército Zapatista de Libertação Nacional

Bandeira das Farc´s

Bandeira das Farc´s

Farc´s

Farc´s

Guerrilheira das Farc´s

Guerrilheira das Farc´s

Bandeira do Exército de Libertação Nacional

Bandeira do Exército de Libertação Nacional

Guerrilheiro do ELN

Guerrilheiro do ELN

Liberdade para Mumia Abu Jamal

Liberdade para Mumia Abu Jamal

Igualdade de gêneros

Igualdade de gêneros